Depois de várias falhas, incluindo uma em abril deste ano, a Coréia do Norte lançou com sucesso um satélite ao espaço nesta quarta-feira(12), uma conquista que se seguiu com aplausos em Pyongyang e apreensão em quase todo o mundo.
A Coréia do Norte diz que queria um satélite para ajudar a controlar o tempo e enviar dados. Mas os Estados Unidos, Coréia do Sul e seus aliados dizem que o foguete Unha-3 na realidade lançou uma arma com alto potencial, teoricamente capaz de fornecer munições de alto impacto, a atingir a Califórnia.
Até mesmo aliados tradicionais como Rússia e China expressou preocupação sobre o lançamento,Moscou exortou Pyongyang a cancelar o lançamento do satélite ao espaço e Pequim visivelmente retido em sua aprovação.
Aqui estão alguns pontos-chave sobre o lançamento:
OBTENÇÃO em órbita
A Unha-3 é um de três estágios de um"foguete", com um intervalo que especialistas estimatiman é de cerca de 10.000 quilômetros (6.300 milhas).
Isso foi o suficiente para colocar o satélite Kwangmyongsong em órbita um feito histórico para os cientistas norte-coreanos que tinham quatro falhas desde 1998, incluindo a de abril deste ano.
Conseguir colocar um satélite em órbita é extremamente complicado, exigindo que todos os sistemas complexos de um foguete para operar com eficiência máxima.
No fim de semana a Coréia do Norte ampliou seu prazo para decolagem para uma semana, até 29 de dezembro, citando um problema técnico não identificado com o primeiro estágio do foguete.
O Inverno também é um fator complicador, riscos climáticos, como raios, ventos fortes e temperaturas abaixo de zero poderia ter parado a decolagem, pois eles podem interferir com a trajetória do foguete e seus componentes eletrônicos sensíveis. Mas a Coreia do Norte superou todas as armadilhas em potenciais.
Foguete ou míssil?
Coreia do Norte chama o lançamento de um satélite, mas outros a vêem como um teste secreto de tecnologia de mísseis.
O mesmo mecanismo de lançamento usado para enviar um satélite ao espaço poderia ser empregado para enviar um míssil de longo alcance com uma ogiva nuclear a alvos tão distantes como Los Angeles.
A Coreia do Norte testou dois dispositivos nucleares desde 2006, e é provável que vai tentar encontrar uma forma de montar uma ogiva atômica sobre um míssil de longo alcance. Que exige tecnologia de miniaturização que os especialistas dizem que ainda tem de dominar.
Os Estados Unidos, Coréia do Sul e Japão implantaram destruidores navais equipados com sistemas de defesa de mísseis em torno da Península Coreana. Japão e Coreia do Sul também se prepararam, mas não utilizaram, mísseis Patriot para interceptar quaisquer detritos que possam ter caído em seus territórios.
CONSEQUÊNCIAS
Os Estados Unidos, Coréia do Sul e Japão devem buscar sanções mais duras na ONU contra a Coreia do Norte por o seu lançamento.
O Conselho de Segurança irá realizar consultas a portas fechadas na quarta-feira pelo lançamento, de acordo com a Missão das Nações Unidas para o Marrocos, que ocupa a presidência rotativa do Conselho.
Já existem sanções que proibem a Coreia do Norte de comprar ou vender materiais utilizados para o desenvolvimento nuclear e de mísseis. Elas também incluem o congelamento dos bens de indivíduos e organizações envolvidas em tal desenvolvimento.
O Japão proibiu norte-coreanos de entrar no país e parou o comércio entre os lados, como parte de suas próprias sanções contra.
Seis países negociadores sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coréia do Norte em troca de ajuda se desfez no início de 2009. Um acordo de fevereiro para os Estados Unidos para fornecer ajuda alimentar em troca de um congelamento em atividades nucleares e de mísseis desmoronou após o lançamento do Norte em Abril.
CALENDÁRIO
O lançamento para os norte-coreanos ajudaram a marcar o primeiro aniversário da morte do líder Kim Jong Il em 17 de dezembro, o fim de um ano comemorando o centenário do nascimento do fundador nacional Kim Il Sung, e a ascensão do jovem líder Kim Jong Un.
Ele também vem logo antes de o presidente Barack Obama começar um segundo mandato, logo após a mudança da China de uma vez por década na liderança e um ponto em que os sul-coreanos e japoneses estão decidindo quem vai liderá-los.
Em nenhum lugar foi o lançamento de um míssil norte-coreano é visto mais de perto do que na Coréia do Sul, que realiza eleições presidenciais em 19 de dezembro.
Fonte: Denver Post